“E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito. Mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto do Mar Vermelho; e armados, os filhos de Israel subiram da terra do Egito. E Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco. Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto. E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite.” Êxodo 13: 17-22. O que vemos aqui, é o cuidado e a preocupação de Deus com seu povo, até nos mínimos detalhes. Deus havia prometido a Abraão que daria uma terra deleitosa a sua descendência. O Senhor já havia avisado também que seu povo seria peregrino durante um certo tempo em terra estranha, e assim aconteceu com seu povo na terra do Egito. Lá, eles adquiriram hábitos e costumes do povo egípcio, mesmo sendo escravos, estavam acostumados com a comida, a maneira de agir, etc... Eles não só precisavam de uma libertação da condição de escravidão, como também serem libertos do modo de vida dos egípcios. Deus sabia da fragilidade e dependência de seu povo aos costumes do Egito, isso também era escravidão. Deus disse que levaria eles por um caminho mais longo, para evitar que desistissem e voltassem ao cativeiro. Qualquer pessoa em seu raciocínio perfeito, jamais voltaria a condição de escravidão depois de ser livre, quando isso ocorre é pelo fato de que não foram verdadeiramente libertos. Deus sabia que o seu povo era duro de coração, e que precisava não só de uma libertação externa, mas sim e principalmente de uma libertação interna. O deserto na vida do povo hebreu era tempo de libertação, eles teriam que passar por um processo de libertação externo e interno, teriam que aprender a depender de Deus, e não daqueles que os escravizavam, que davam alimento em troca de serviços forçados, dor e sofrimento. Quantas vezes, nós mesmos estamos numa situação de escravidão e dependência de coisas, de status, posições sociais, vícios, mentiras, etc... Somos chamados por Deus para que através de Jesus Cristo sejamos livres de qualquer cativeiro ou escravidão. O grande problema, é que muitas vezes somos escravizados internamente, nos tornamos dependentes de muitas coisas, aí é necessário passarmos um tempo no deserto, para sermos “desintoxicados do mundo”. Sofremos um processo de cura e libertação da parte de Deus. Só que na grande maioria das vezes, olhamos a situação e lembramos do passado, onde aparentemente tínhamos uma situação melhor, mas Deus na sua sabedoria, coloca algo para que não desistamos (versículos 17-18). Quando passamos pelo deserto da vida, não estamos sós como geralmente pensamos e dizemos: “Parece que Deus esqueceu de mim” ou “Acho que Deus não liga mais para mim”, e tantas outras frases do mesmo tipo. O deserto é bem interessante, durante o dia o calor é insuportável, a noite. Torna-se frio ao extremo. Como poderia o povo suportar tamanha dificuldade e adversidade? Sabendo Deus disto, desenvolveu uma estratégia para proteção e para guiar o seu povo: A nuvem e a coluna de fogo. Durante o dia, em condições de extremo calor, a nuvem os cobria e guiava; a noite era a vez da coluna de fogo, que os aquecia e dava luz para caminharem. Que Deus maravilhoso este, que pensou até nos detalhes para preservação do que pertencia e Ele mesmo: O SEU POVO. Quando passamos a condição de “Povo de Deus”, recebendo a Cristo em nossas vidas, temos muitas vezes que passar pelo deserto das provações, para sermos “desintoxicados do mundo”, e no meio deste deserto começamos a sentir em nossa carne as condições adversas, mas se estivermos atentos, veremos a glória de Deus se manifestar em nós, guiando-nos e protegendo-nos no meio deste deserto que passamos. Deus nunca desampara um filho seu, seja qual for a situação. Ele é o bom pastor que tem poder de levar seu povo até o lugar de delícias que prometeu. No meio da sede ELE faz jorrar água da Rocha que é Cristo. No meio da fome, nos supre do maná espiritual. Se o calor das lutas estiver forte, ELE nos refrigera, leia o Salmo 23. Que o Senhor te fortaleça e conforte em sua caminhada. Lembre-se, o deserto é lugar de passagem e não de morada. Depois de passar por lá, chegaremos a Canaã. Glória a Deus por tudo.
Pr. Ricardo A. Kindermann
Igreja Evangélica Comunidade Elohim
|
9 |